Abstract
A presença de temas históricos complexos na ficção seriada dos Estados Unidos da década de 1970 procurou imprimir ao meio televisivo um desejado padrão de qualidade, contribuindo também para sedimentar determinadas memórias históricas em narrativas sobre grupos étnicos que compõem a formação social do país. Roots (Raízes, 1977) e Holocaust (Holocausto, 1978), produções exemplares do período, destacaram-se por seu pioneirismo e por provocar o debate público de temas históricos traumáticos. Este artigo busca analisar aspectos da produção e as estratégias narrativas destes dois produtos audiovisuais, explicitando, em cada uma das obras, certos limites e possibilidades da representação histórica televisiva na complexa relação entre a História e os discursos de memória.