Abstract
Este artigo relaciona o reducionismo da ciência, atividade da razão teórica, com a virtual abertura da experiência estética, mais sensível a uma realidade superior que podemos chamar de transcendente. Numa época de desconsideração metafísica, será que a arte pode substituir a filosofia no seu antigo papel de propedêutica religiosa? A própria questão merece exame filosófico. Limitamos o inquérito ao exame de dois escritos paradigmáticos, obras competentes em seus respectivos setores, o livro de Antônio R. Damásio “O erro de Descartes. Emoção, razão e o cérebro humano”, o autor sendo pesquisador em neurologia, e o livro de George Steiner “Real Presences. Is there anything in what we say?”, obra de um eminente ensaísta filólogo. This article confronts the reductionism of science, product of theoretical reason, with the virtual aperture of aesthetical experience, more sensitive to a superior reality which may be called transcendental. In times of contempt of metaphysics, can the Art replace the traditional function of Philosophy as introduction to a religious attitude? This question is a philosophical one. We restrict the inquiry to the examination of two meaningful best-sellers from competent authors, Antônio R. Damásio, author of “Descartes’ error. Emotion, reason and the human brain”, and George Steiner, author of “Real Presences. Is there anything in what we say?”.