Regimes de Verdade e Discursos na Manutenção de uma Matemática como Instrumento de Exclusão

Abstract
Neste artigo apresentamos, como resultado de uma pesquisa de abordagem qualitativa, alguns regimes de verdade, sustentados por mitos positivistas. Na investigação, tomamos resíduos de enunciação relativos à Matemática e a discursos que a tomam como dispositivo de controle, logo, de exclusão social. Para tal, utilizamos o método de análise da produção de significados, pertinente ao Modelo dos Campos Semânticos, com o objetivo de produzir significados a regimes de verdade que envolvem discursos voltados à manutenção de uma concepção de Matemática universalista. Como resultado constituímos três núcleos, com suas respectivas estipulações locais, objetos, legitimidades e interlocutores. Daí, verificamos que o núcleo das antíteses aos regimes de verdade positivistas encontra-se diametralmente oposto ao núcleo do Index librorum prohibitorum, e suas estipulações locais são antíteses às estipulações dos dois primeiros núcleos apresentados. Verificamos, ainda, que as estipulações locais do núcleo do Index librorum prohibitorum são sustentadas por mitos positivistas que, acrescidos da ideologia da competência, formam um substrato que nutre sistemas de exclusão dos discursos. Tais discursos, por sua vez, acabam por sustentar as estipulações locais do núcleo das antíteses aos regimes de verdade positivistas.