Abstract
O presente trabalho se esforçará para compreender a esfera de relações sociais de cidadania em diálogo com algumas obras do pensamento social brasileiro tendo em vista um “reposicionamento” dos sujeitos e de suas práticas através das contribuições apresentadas pela historiografia brasileira dos anos 1980. Dessa maneira, tentaremos explorar as contradições que as próprias experiências de liberdade no Brasil expressam em suas práticas e discursos, recorrendo a autores que refletiram a situação colonial como uma condicionante fundamental na constituição das relações sociais em países marcados pela colonialidade. Dentro desta reflexão, adotamos como hipótese central a construção, no Brasil, de um horizonte de cidadania possível e aberto à disputa de todos os sujeitos (fruto de lutas entre os agentes sociais). Entretanto essa mesma construção demandou que instâncias de poder e prestígio fossem apartadas dessa querela, confinando o exercício do mando a determinados sujeitos que, historicamente, recrudesceram suas ações à medida que suas formas de dominação fossem minadas. Dito de outra maneira, a “fobia de submissão” de certos grupos no Brasil não é incongruente às formas que a cidadania é realizada historicamente no país. Assim, buscaram garantir que essa ordem social se reproduzisse ao longo do tempo.