Abstract
O presente artigo discute a presença do corpo na poesia da portuguesa Judith Teixeira, não apenas como manifestação estética, mas, principalmente, como forma de resistência e insurreição. Em um momento conservador da história de Portugal e em meio ao turbilhão provocado pela geração de Orpheu, o meio literário português, predominantemente masculino, aceitou bem poetisas que correspondessem, na sua escrita, ao modelo de mulher criado pela poesia medieval e sustentado até o Romantismo. Por meio de uma poesia impactante e provocativa, Judith Teixeira enfrentou o patriarcado poético trazendo para os seus textos não apenas o corpo feminino, mas um corpo que deseja, é desejado e vive múltiplas formas de prazer.