Abstract
A Capitania de Mato Grosso no século XVIII é vista como uma fronteira por excelência. Todavia, o domínio territorial pensado pelos agentes do Império português não se bastou apenas em tratados e construção de fortificações. Sob a égide do Iluminismo, toda uma rede de conhecimentos foi implementada, tendo como ponto base a ideia de que a ciência deveria servir ao Império. O controle efetivo do território era mais complexo que o simples controle militar do mesmo, ainda que este fosse primordial. Deste modo, analisaremos as instâncias deste controle de modo a discutir em que medida a aplicação da noção de que conhecimento é poder foi essencial para o domínio da fronteira oeste da América portuguesa, bem como as vicissitudes deste processo em Mato Grosso, nomeadamente a questão do sigilo da informação.