Abstract
Desde sua passagem pelas hostes do cinema marginal e pelo teatro experimental no Brasil, Helena Ignez flerta com os primados oswaldianos do Matriarcado de Pindorama. Na sua carreira como atriz – e agora também como realizadora –, revitaliza e subverte os princípios do matriarcado, trazendo à baila outros temas próximos a discussões mais amplas dos direitos humanos: reforma agrária, sexualidade liberta, ócio ligado à criatividade. Discute-se, então, como o tema do matriarcado de Oswald de Andrade chegou a esses filmes aqui nomeados de “tríptico brechtiano”, em que uma subversão temática é levada à tela através de experimentalidade formal do jogo do ator no cinema. Em sua obra, Ignez propõe uma contraposição criativa e confrontadora aos conceitos e protocolos de boas maneiras, na união formal de Brecht com o matriarcado de Oswald de Andrade.