Abstract
“Da água ao vinho” explora como Angola mudou desde o fim da guerra civil em 2002. Seu foco está na classe média – definida como aqueles com uma casa, um carro e uma educação – e seu consumo, aspirações e esperanças para suas famílias. Parte-se da pergunta “o que está funcionando em Angola?” em vez de “o que está errado?” e faz uma escolha deliberada e política de dar atenção à beleza e à felicidade na vida cotidiana em um país que teve uma história incomumente conturbada. Cada capítulo enfoca um dos cinco sentidos, com a introdução e a conclusão provocando uma reflexão sobre propriocepção (ou cinestesia) e curiosidade. Várias mídias são empregadas – poesia, receitas, fotos, quadrinhos e outros experimentos textuais – para envolver os leitores e seus sentidos. Escrito para um público amplo, este texto é um excelente complemento para o estudo da África, do mundo lusófono, do desenvolvimento internacional, da etnografia sensorial e da escrita etnográfica.