Samuel Rawet e Clarice Lispector no entre-lugar

Abstract
Adotando como ponto de partida a concepção de Mikhail Bakhtin de que todo ato cultural vive nas fronteiras, este estudo busca explanar como a ideia das fronteiras culturais e seus limites elásticos é articulada nos estudos culturais e na Literatura Comparada, perspectiva essa escolhida como baliza desta pesquisa. A interação que proponho entre as obras Contos do imigrante (1956) e Laços de família (1960) partilha da proposta de amalgamar fronteiras realizada pela literatura comparada em consonância com os estudos culturais. Os autores viveram no entre, nesse espaço intermediário e paradoxal, sendo assim, a indefinição de estar no mundo é o que há de mais íntimo em Rawet e Clarice, que se instalam no caminho do meio que a literatura propõe.