Prevalência de perda auditiva, e fatores associados, em pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador

Abstract
Introdução: A perda auditiva (PA) é uma condição cada vez mais observada na população. É encontrada com maior frequência em alguns grupos específicos como em idosos, portadores de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. Evidências sugerem aumento da prevalência de PA em pacientes com doença renal crônica (DRC), entretanto estudos na população brasileira com DRC pré-dialítica são escassos. Objetivo: Avaliar a prevalência de perda auditiva em uma população de pacientes com doença renal crônica não dialítica e fatores associados. Material e métodos: Foi utilizada uma amostra por conveniência de pacientes com DRC não dialítica (n=159), com idade de 18 a 65 anos, em tratamento ambulatorial multidisciplinar. A acuidade auditiva foi avaliada pela audiometria tonal limiar e pelo questionário da WHO (Ear and Hearing Disorders Survey Protocol for a Population-Based Survey of Prevalence and Causes of Deafness and Hearing Impairment and other Ear Diseases) traduzido e validado para o português. Foram coletados dados sociodemográficos e clínicos, realizada ainda otoscopia, e dosagem de marcadores bioquímicos e citocinas inflamatórias TNF-α, IFN-γ, IL-1β, IL-6, IL-10, IL-17. Resultados: Nas análises, verificou-se a prevalência de 25,16% de perda auditiva neurossensorial entre os participantes. No estudo, não foi encontrada nenhuma associação entre a progressão dos estágios da DRC e o aumento de prevalência da PA, tampouco com a sua gravidade. Os marcadores sanguíneos avaliados, isoladamente ou associados à progressão do estágio da DRC, não se relacionaram à perda auditiva neurossensorial. Conclusões: Verifica-se que a prevalência de déficit auditivo na população estudada foi de 25,16%. Aconselha-se que estratégias sejam implementadas para prevenção e reversão dessa situação nesta população.