Abstract
Este estudo analisa a disciplina do depositante bancário em Angola, um mercado emergente. Investiga se os depositantes são capazes de monitorizar os riscos bancários, reconhecendo e penalizando os bancos mais arriscados por meio das alterações nos depósitos e juros pagos. Utiliza os dados anuais de um painel de instituições bancárias angolanas, no período entre 2008 e 2017, para analisar o impacto e valor explicativo dos fatores de risco no comportamento dos depositantes. Os resultados sugerem não haver evidência consistente de disciplina de mercado. Os depositantes angolanos se mostram pouco receptivos ao risco bancário, após controle de outros fatores, e a capacidade explicativa global dos modelos de regressão é reduzida. No entanto, nem todos os fatores de risco evidenciam a mesma ausência de preponderância. Evidencia-se, ainda, que a disciplina não difere entre os vários grupos de bancos em função da proveniência e propriedade do capital e que a monitorização dos comportamentos de risco efetuada pelos depositantes não foi significativamente alterada pela crise econômica e financeira angolana.