Tratamento para o transtorno da ansiedade generalizada por meio da prática do exercício físico: uma revisão sistemática

Abstract
Introdução: O exercício físico melhora variadas capacidades físicas, bem como pode promover melhora no quadro clínico de diversas doenças, entre elas as que estão relacionadas ao sistema nervoso central. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi produzir uma revisão sistemática da literatura para investigar se o exercício é capaz de promover melhora no quadro clínico em humanos adultos diagnosticados com transtorno de ansiedade generalizada, se há um exercício físico específico, bem como se a intensidade do mesmo está relacionada com a melhora no quadro da doença. Métodos: Estudos clínicos randomizados publicados até maio de 2019 foram pesquisados ​​em bases de dados online (PubMed, Scopus, Web of Science, Biblioteca Cochrane, LILACS, OpenGrey e Google Scholar) após o desenvolvimento de uma declaração PICO focada na comparação entre adultos que receberam uma intervenção com a prática de exercícios físicos, regulares, planejados e supervisionados, comparados com participantes sedentários e após foi verificado os seus efeitos no quadro do transtorno da ansiedade generalizada. A pesquisa e a extração de dados foram realizadas seguindo as diretrizes do guia de redação do manuscrito PRISMA. A avaliação da qualidade e o risco de viés foram analisados ​​seguindo o protocolo Cochrane – RoB 2.0. Resultados: Um total de 4694 artigos de referências foram recuperadas/pesquisadas, enquanto apenas seis foram consideradas elegíveis para a realização da presente revisão. A maioria dos artigos apresentou uma redução do quadro de transtorno da ansiedade generalizada a partir de uma intervenção com exercícios físicos, aeróbios e anaeróbios de moderada intensidade. Entretanto, na análise do risco de viés, todos os artigos demonstraram algumas preocupações no que diz respeito às evidências reportadas. Conclusão: O exercício físico é uma ferramenta potencial para redução do transtorno da ansiedade generalizada, sendo a intensidade moderada do exercício diretamente relacionada a uma melhora do quadro clínico da doença, independentemente do tipo: aeróbio ou anaeróbio. No entanto, é importante que pesquisas posteriores busquem investigar os mecanismos fisiológicos e neuroendócrinos relacionados a tal melhora.