Abstract
O rap é a banda sonora de muitas cidades, especialmente de certas zonas desfavorecidas nas cidades portuguesas. Os jovens usam a música para reverter a sua situação de marginalização, criticar a sociedade que os marginaliza, mas, também, como um veículo de mobilização comunitária. Assim, procuramos analisar as representações sobre a cidade evidenciadas em quatro canções rap portuguesas através das principais temáticas abordadas cruzadas simultaneamente com questões étnicas imanentes ao capital subcultural racializado. Esta análise é crucial para apreendermos a importância das criações artísticas contemporâneas de forma dialógica, como reflexo das complexidades societais e formas de representação e de intervenção sociais. Esta condição é outrossim uma demonstração das virtualidades do rap como instrumento pedagógico; mormente, como forma de promover o pensamento crítico e a intervenção política na linha de Freire (2005).